AGUARDENTE MARIANES
Agostinho Ventura
MARIANES
282 955 433
37°17’32.27”N 8°42’38.45”W
Agostinho Ventura vive com a mulher, Isabel Lourenço Martins, na sede da freguesia, mas a maior parte dos dias passa-os no lugar de Marianes. É aqui que mata o tempo, ora com as mãos na terra, ora com elas nas borras do medronho. Três galinhitas, umas batatas, umas ervilhas, uns alhos e mais qualquer coisita não trazem fortuna, mas sempre vão dando para os gastos. O mesmo caso se dá com a aguardente: é um complemento que se junta a outras rendas do casal. Fórmula antiga, esta, de viver do que a terra e as serras dão, apesar de os tempos ditarem novos preceitos. Se antigamente em qualquer canto se montava um alambique, agora é exigido asseio e regramento, requisitos que Agostinho e Isabel fazem questão de cumprir.
Ao legalizarem a sua destilaria, separaram bem as águas: a ardente que corre para o cântaro, da canalizada que sai da torneira. Também o fruto depois de apanhado fermenta num espaço diferente daquele em que é feita a destilação, e a bebida, uma vez destilada, fica guardada em lugar próprio. Só não está na lei a mesa instalada no centro da adega, uma mesa bem-posta, com toalha de croché e copos sempre prontos para brindar o visitante com uma pinga de boa aguardente.