AGUARDENTE MARIA’S
José Miguel Maria
MARMELETE
282 955 494
37°18’23.32”N 8°40’0.37”W
José Miguel Maria tem uma longa carreira no medronho. Começou a acompanhar o pai na feitura de aguardente aos oito anos de idade, já lá vão mais de quatro décadas, e não podia ter tido professor mais bem treinado. O pai morreu com 94 anos e toda a vida apanhou medronho. Não admira pois que o filho tenha as suas regras na elaboração da bebida. Ao invés de uma caldeira de 120 litros, como a maior parte dos conterrâneos tem, prefere usar uma de 110 litros, por acreditar que o medronho ferve melhor. E no que respeita à lenha, gosta de queimar a mais grossa, porque assim mantém “um borralho mais certo”.
Quanto ao resto, os preceitos são mais ou menos os mesmos de toda a gente. Apanha o fruto numa zona certa, fermenta a massa de medronho em barricas de plástico, usa a aguardente frouxa (a última a sair na destilação anterior) para dar força à “caldeirada” seguinte, e só fecha o fogo, ou seja, a porta da fornalha, quando a bebida destilada começa a afiar, que é como quem diz, a sair certa no cântaro que se encontra do outro lado do alambique. Feito este último gesto, na sua destilaria passa-se o mesmo que em todas as outras: “Se já afi ou, dá direito a um copinho!”